Sempre
que a vida me isola, nas grades do dia-a-dia,
abro
a porta da gaiola, com a chave da poesia.
Nesta
vida quanta gente, na incerteza do arriscar,
olha
o mundo aberto à frente, porém tem medo de voar...
Teu
amor, gaiola aberta; meu coração, passarinho
que
por nada se liberta das grades do carinho.
Sabe,
minha opinião?
Passarinho
na gaiola não canta, lamenta.
Alguém
já questionou sua liberdade? Observou um passarinho na gaiola e seu desejo de
sair dali?
Voando
de um lado para o outro da gaiola, fazendo isso o dia inteiro.
Nunca
gostei de ver passarinho em gaiola, me desperta sentimentos ruins.
Até
parece que ele fica fazendo apelo, maquinando a melhor forma para – sem deixar
suspeita – executar sua fuga.
Era
só soltar o bicho e quebrar a gaiola.
Mas
tem um fato, romper rapidamente a porta da gaiola, pode acontecer do passarinho
não sair...
Será
que quando a gente fica muito tempo na escuridão, a luz cega? Será que quando a
gente fica muito tempo na prisão, não consegue mais ver a liberdade, como é o
caso de alguns passarinhos?
Medo?
Incredulidade? Indiferença?